Ode ao Senado

Local quente e lotado. Gente amontoada.Tive que ficar em pé mesmo. Abstraí todo o resto para me concentrar no objetivo central: ouvir o palestrante. Na platéia, misto de ansiedade e impaciência. Afinal, um grande nome da política nacional estava prestes a pronunciar palavras de grande valia na formação dos jovens univesitários ali presentes.

Mas, aos poucos,toda a EXCITAÇÃO transforma-se em algo com o mesmo sufixo, mas totalmente diferente. A palavra para isso era DECEPÇÃO. Isso mesmo, decepção em seu grau máximo.

O "digníssimo" homem senil dá as caras logo após a execução do hino nacional. Depois de algumas palavras de "reconhecimento" aos serviços prestados (como se fosse um favor) por este à nação, o "excelentíssimo" diretor da mesa, cede seu discurso ao outro.

As palavras inicias são dispensáveis. Nada dizem além de um "agradecimento" (eu disse apenas um?) aos idealizadores do evento. Mais impaciência entre os ouvintes.

O falatório já durava meia hora ou quarenta minutos quando finalmente o palestrante se remete ao tema em um ligeiro lapso. Daí pra frente, uma "aula de história" por quem a viveu nos últimos 80 anos. Na pauta, assuntos como a definição da palavra Senado (na acepção do palestrante "Conselho de Velhos"), a criação do Senado Brasileiro pelos"saudosíssimos" políticos de um passado que ninguém ali viveu, entre outras pérolas originárias do sofismo político do palestrante.

Todos olham para o relógio. O prazo de uma hora dado ao orador está se esgotando...

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